domingo, 26 de dezembro de 2010

Protegido

As palavras que não foram concebidas só fazem sentido contigo.
São aquelas que eu quero dizer, mas não preciso.
Aquelas que eu quero escutar, mas não aguardo por elas.
As coisas só existem porque falamos delas.
Então cala-te. 
Cala-te! Não quero que nosso amor exista. 
Amo-te nas idéias, pra que nada existente possa contaminá-lo, nada existente possa tocá-lo. 
Falarei do espaço, assim ele existirá entre nós. Nada melhor do que a distância, que separa nossa monotonia e aproxima nosso anseio. 
Entenderá que o que eu quero não pode ser formulado? 
E quando sussurro sorriso, vejo tua luz existindo... Pra mim.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Meu

Sabe sentir o cheiro do amargo?
Sabe deixar que a torneira continue pingando?
Ensine-me.
Ensine-me como não me sentir mergulhado em água quente, quando almejo o que não posso ter.
Ensine-me como fechar os olhos e escutar, sentir que tudo em volta de mim se movimenta.

Já não sei se o meu ambiente me induz... ou se meu corpo não consegue mais suportar. 
De onde vem essa força que me arrebata, ela retorna. Faz de mim brinquedo nas ondas. Traz pra mim só letargia.
Tira de mim essa bolha que você implantou. Tira de mim esse invólucro que você esqueceu de preencher.

Entre meu corpo e minha mente existe um abismo, é nele que pulo, nele que me perco...
Quero vestir tua blusa larga, sentar no meu canto, tocar seu violão e respirar minha posse.
Sabe não sentir ciúmes?